Pensando nas características desse espaço no que tange ao discente ampliar suas ideias e conhecimentos, é importante considerarmos que o docente esteja susceptível a assumir o papel de mediador do processo de aprendizagem, descentralizando suas as ações na aula, o que requer um posicionamento de escuta e reflexão frente ao que vai ensinar e como vai ensinar.
Para que o docente assuma o papel de mediador, sugerimos que durante as atividades no LEM, esteja atento e dose suas ações controlando alguns de seus ímpetos. A esse respeito propomos que o professor:
1°- Assuma as aulas no LEM com uma maior flexibilidade de suas ações:
- Primando pelas discussões que poderão surgir nesse espaço, o que demanda paciência com o processo;
- Ouvindo mais os estudantes;
- Percebendo que as dúvidas desses são relevantes, às vezes são triviais ou inusitadas para o ciclo que estão, mas devem ser consideradas pertinentes para o processo de aprendizagem.
- Tendo o domínio do conteúdo, mas permitindo-se mudar de ideia, readequar ou desenvolver a proposta mediante sugestões dos discentes, buscando novas soluções para os problemas que ali aparecerem.
2°- Esteja alerta sobre a direção que as discussões estão tomando em cada grupo de trabalho:
- Observando as atitudes e condução de cada grupo de trabalho;
- Ouvindo atenciosamente as demandas dos estudantes;
- Acompanhando pelo menos um pouco o desenvolvimento das atividades de cada grupo;
- Fazendo pequenas intervenções, quando necessário, para que a discussão vá tomando corpo.
- Se fazendo presente, sem grandes interferências e quando solicitado, antes de responder, que devolva a questão para o grupo, conferindo se há participação de todos.
- Controlando a ansiedade em relação ao tempo de aula;
- Considerando o fazer do estudante como uma prioridade.
- Fazendo sempre uma síntese final, procurando uma sistematização dos conhecimentos que estiveram envolvidos nas atividades.
Essas ações podem oportunizar que o discente tenha uma maior interação com seus pares e com o próprio professor, criando vínculos entre estes. Pode ainda motivá-los a usar o LEM, incentiva-los a buscar novas possibilidades e conhecimentos dentro e fora do ambiente escolar.
3° Instigue a participação do estudante nas aulas:
- Dimensionando tempo para que o estudante possa realizar a prática, testar as suas hipóteses, mesmo que apresentem muitas dificuldades;
- Incentivando-os, sem censuras, sendo suscetíveis as discussões, dando espaço para que ele exponha as suas considerações, o que está se pensando;
- Tendo cautela para não atropelar a fala do estudante, completando o que ele está expondo ou cortando a sua explanação, respondendo a questão;
- Instigando os estudantes a fazer outras colocações para traçarem a sua própria resposta;
- Fazendo ainda pequenas sugestões, ou questionamentos, às vezes colocando outra questão que se contraponha, reafirme ou readéque a indagação, ou proposição do estudante;
- Evidenciando o estudante e suas formas de pensar.
Nesse processo o estudante pode vir a demandar mais atenção do docente no que se refere a expor seus pensamentos e entendimentos sobre determinados conteúdos, esperando uma confirmação de suas ações. O discente ainda poderá assumir uma postura de maior responsabilidade com o desenvolvimento de suas tarefas.
4°- Identifique e reconheça que o estudante nesse espaço pode vir a correlacionar e usar os conhecimentos de sua realidade para desenvolver o trabalho proposto:
- Utilize e valorize os conhecimentos sociais dos estudantes;
- Conhecer um pouco a dinâmica social em que a escola esta inserida;
- Reconhecer que conhecimentos de outras áreas possam ser atrelados ao ensino de matemática;
5°- Registro
- Nesse processo também é importante considerarmos que o docente faça uma reflexão após as atividades, atualizando ou refazendo seus registros. Os registros são essenciais para que haja uma avaliação da prática:
- Levantando as particularidades das aulas, para mantê-la ou reorganizá-la;
- Permitindo-se replanejar suas aulas.
Enfim a postura docente que aqui propomos não diminui a importância e o papel do professor, ao contrário, delega a ele um novo posicionamento frente ao ensino que considera o papel do estudante, do professor e da própria matemática. Frisamos que essa postura pode ser construída processualmente.