Apesar da Investigação Matemática ter proximidade com a resolução de problemas, salienta-se que ela se caracteriza por não apresentar um enunciado com uma problemática tão clara, ou seja, “as questões iniciais são, de um modo geral, vagas, necessitando de ser trabalhadas, tornadas mais precisas e transformadas em questões concretas pelo próprio aluno” (PONTE, 1998, p.9), exigindo, então, que o estudante compreenda o enunciado e formule o problema.
Outra característica marcante da investigação é o que tange à sua resolução, que permeia testar e demonstrar, sendo assim, a resolução da investigação está embasada em: “procurar regularidades, formular, testar, justificar e provar conjecturas, refletir e generalizar” (PONTE, 1998, p.9). Sendo assim, a investigação vai instigar ações que permitam que o estudante desenvolva o pensamento matemático.
É importante considerar que, na investigação, é previsto que aconteça uma abordagem inicial, o que se caracterizará aqui como a apresentação da situação. Porém, como ela se desenvolverá não é um fator controlável ou que tenha uma exatidão, por isso o imprevisível se faz presente. Chama-se a atenção para a importância da ação docente, pois a ela é atribuída, ao longo de todo o processo, a responsabilidade de instigar, dialogar, propiciar um ambiente que permita a aprendizagem, promover e incentivar a comunicação entre os discentes, considerando o fazer do estudante.
O uso da investigação como uma abordagem de ensino também oportuniza o desenvolvimento de um trabalho integrado entre as áreas, dentro de uma perspectiva de projetos coletivos ou pontuais. Isto quer dizer que existe a possibilidade de se propor uma abordagem que articule os diferentes saberes durante a investigação ou resolução de problemas, que atenda as especificidades de um projeto que seja coletivo da escola ou que atenda à demanda específica de apenas uma disciplina.
Dessa maneira, entendemos que o uso da Investigação permite que o estudante extrapole o somente relacionar os seus conhecimentos. “O aluno é chamado a agir como um matemático, não só na formulação de questões e conjecturas e na realização de provas e refutações, mas também na apresentação de resultados e na discussão e argumentação com os seus colegas e o professor” (PONTE ET ALL, 2003, p.23). Nesse cenário, o estudante também assume o papel e a responsabilidade pelo seu aprendizado.
Veja exemplos de atividades envolvendo investigação na seção “Sugestão de Atividades”.